terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cacos

Sob os cacos se faziam flores.
Flores de mosaico.
Empoeirados, eu só queria um reflexo.


Não deixava de ser bonito,
Embora sem graça,
Na parte que te faltavam as vibrancia das cores.
Azuis, amarelos, verdes, vermelhos...
Pouquíssimo alaranjado,
Cores de mosaico!
Tudo empoeirado, o relógio também parado.

Um sem futuro,
Um só passado,
Um muito antigo ali esquecido e parado.

Como nós e o tentar contar de um mosaico.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Da Gavetinha:

AMAR

Florbela Spanca


Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar!Amar!E não amar ninguém!


Recordar?Esquecer?Indiferente!...
Prender ou desprender?É mal?É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!


Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!


E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uma RE apresentação

Diante de leitores tão queridos, me sinto quase que na obrigação de ser menos metafórica. Dividindo sempre com vocês minha “coleção”, como não dividir como tudo começou?
Me encontrava em uma fase difícil, de perdas que achei que fossem insuperáveis que não são coisas de amor de homem e mulher. Era coisa de “gente grande”! Tinha já uma mania de escrever sempre coisas que não tinha coragem de dizer, e ia guardando junto com um monte de coisas de mim. Uma grande amiga, que também passa por aqui, a qual homenageei com uma tatuagem, em uma de nossas longas conversas me sugeriu... Porque não desabafar?
A página estava em branco, era só começar! Encaixar o que fosse “encaixável”, descartar o que não serve mais, como quando se muda pra uma casa nova. Readaptar... Moldar e mudar também o que fosse preciso. Optei por colecionar momentos, os que eu quisesse e registrar para nunca mais esquecer! O meu segredo para a felicidade seria este desde então, colocar dispostos os momentos que de uma forma ou outra contribuiriam para um crescimento pessoal, sentimental, intelectual, etc, etc(porque eles sempre têm vários motivos e serventia, basta perceber).
E deste começar de novo veio junto um novo olhar. Tal como o de um bebê, descobrindo tudo e prestando atenção a cada segundo. Nunca mais me escapou a pausa... E as lições que a vida trás, muitas vezes escondidinhas, só pra ter mais graça! Nesse esconde esconde gostoso, acabei encontrando vários sentidos!
Descobri que alegria é bom, mas a tristeza tem seu lugar e se faz necessário ás vezes. Tudo tem que ser sentido, tudo esta em seu devido lugar. A dor pode ser a maior do mundo, mas tenha certeza que ela vem pra algo lhe ensinar, Agora de for alegria... Huummm, não se esqueça sobre Freud e seu “Sobre a Transitoriedade” e deleite se. Nunca se prive de qualquer uma das duas, o medo é o maior inimigo neste caso... E sei disso até hoje.
Mas enfim meus queridos, quando me tornei “A Colecionadora de momentos”, sempre com estes mesmos óculos... Eu nunca mais me perdi.

Obrigada de coração! Agora aberto mais um pouquinho... E espero que todos vocês descubram também a melhor maneira que julgarem pra viver a vida!

Juliene Cristina Leão
julieneleao@yahoo.com.br
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De presente! Música preferida da semana!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Da janela

Da janela que te vejo também vejo Van Gogh e suas "cartas à Théo". E divago novamente sobre o quanto o amor tem de esquizofrênico. Me pergunto repetidas vezes quem será realmente louco???

Vejo na loucura uma liberdade, sem qualquer comprometimento e acredito que a perturbação se dê ao aversão que toda uma sociedade tem disso. Pra no fim das contas lamentar pelo que deveria ter sido... Sem se quer notar a velocidade da transitoriedade das coisas. Sem ter congelado um sorriso pra lembrar em qualquer janela.

Deveria ter sido louca. Olho de novo e na flor vejo o quanto de delicadeza e sensibilidade nos faltou... Um terror muito grande de ser piegas que se sedimentou em mim até hoje.

E tudo é muito mais inanimado depois que você passou. A janela, as "cartas à Théo", as flores, que são de plástico e eu. Só porque perdi metade de mim quando fui covarde.

Provavelmente não conhecia Van Gogh quando te encontrei. Se soubesse, teria sido louca,teria escutado a "voz", mas não teria cortado uma parte de mim.